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Descrição enviada pela equipe de projeto. Este projeto foi pensado para ocupar um terreno localizado em um condomínio próximo a São Paulo, contando com uma suave declividade, e nos provocou a pensar uma implantação térrea com o programa residencial não agrupado, de maneira a condicionar a circulação como um percurso ao ar livre, coberto porém aberto, como nas tradicionais casas avarandadas de nossa arquitetura vernacular. Apesar do percurso da casa ser feito de forma introspectiva, como um claustro, contornando o perímetro interno da cobertura que delimita a área permeável do pátio, a intenção foi acentuar a relação dentro e fora, já que os hiatos entre volumes acabam por atuar como janelas para a vista externa, onde o paisagismo deverá ser mais denso, com intuito, além do ato de contemplação, também preservar a intimidade dos moradores sem a necessidade de se criar muros no limite do lote.

O jogo desconecto dos volumes é unido por uma única cobertura em estrutura de madeira, uma malha quadriculada com modulação de1.25x1.25m, ora com cobertura opaca, ora vazada, ora vedada com vidro temperado com sombreamento através das ripas de madeira, que atuam como brise horizontal - esta situação abriga o ambiente de estar e cozinha externa situada sobre a laje de cobertura dos quartos acima meio nível da área da piscina.

Intencionalmente a cobertura de madeira, desenhada como um único plano horizontal conforma um coroamento solto dos vedos de painéis de concreto, e acaba por unificar a fragmentação do programa de ambientes.

Para a logística da obra, estabelecemos três fases que intercalavam pré-fabricação e montagem:

- A primeira fase a execução do chão. Um lastro de concreto que atua como fundação e piso ao mesmo tempo ajustado em meio nível em relação a declividade existente para evitar grandes movimentos de terra. Durante esse período simultaneamente iniciamos a pré-fabricação da estrutura de maneira, painéis de concreto e caixilhos.

- A segunda fase, uma vez concluída a cura e o lixamento do piso de concreto, iniciamos a montagem da estrutura de madeira, sempre fixadas e unidas por componentes de aço galvanizado.
Após a montagem da malha de coroamento e consequente execução da cobertura, iniciamos a terceira e última fase.

- A terceira fase foi concluída com a instalação dos painéis de concreto e caixilhos, além da instalação de equipamentos, luminárias e mobiliários fixos – estes também projetados pela apiacás.

Esta obra é fruto de experimentações que temos feito em nosso escritório após alguns projetos com o tema da pré-fabricação com a intenção de contribuir com outras possibilidades construtivas para o canteiro que minimizassem o desperdício de materiais, o uso ostensivo da água, e como consequência favorecesse o tempo e o trabalho da mão de obra. Entretanto, diferentemente das primeiras obras que buscamos esse desafio quando havíamos utilizado estrutura metálica, esta é a primeira vez que misturamos estrutura de madeira com painéis de concreto, já que entendemos ainda ter um excelente desempenho como material de vedação.

Em nosso escritório, pensamos esse projeto não somente como uma busca pela coerência construtiva, mas também pela poética do desenho, com intenção de criar um resto de imagem em nossa memória quando falássemos a respeito; uma construção onde o material mais pesado se insere como embasamento coroado por uma de materialidade mais leve, a madeira, que por sua vez parece flutuar sobre a massa do concreto inerte

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