Loja Lazia

19/09/2024 | Notícia | ArchDaily

Descrição enviada pela equipe de projeto. A loja ocupa parte de uma antiga casa localizada no centro de Muriaé. A casa original foi totalmente alterada há décadas, dividida em fatias para aluguel de lojas. Entretanto, a construção ainda preservava vestígios valiosos de sua história e da história da cidade. O novo espaço da loja surge do encontro de fragmentos de história do lugar e as novas intervenções.

Quintal. Nos fundos da loja existia um quintal, que pertencia à antiga casa e que se encontrava abandonado. A implantação ilustra uma situação bastante comum de muitas cidades brasileiras, reflexo da ocupação urbana colonial: uma casa com uma fachada frontal voltada para a rua, de caráter público, nobre e social, e um quintal de fundos, de caráter privado, oculto e de serviços. Em escala urbana, a rua onde a loja se encontra é uma linha reta abstrata, eixo fundador da cidade, e o quintal um lugar onde predomina a natureza espontânea, imprevisível, selvagem, com presença de plantas e animais.

Quintais como o dessa casa são lugares de abundante vegetação, sombreados, e protegidos de uma rua cada vez mais inóspita. No projeto buscamos recuperar esse jardim “secreto”, “oásis” urbano, carregado de valor ambiental e simbólico enquanto lugar de resistência natural e de costumes populares.

Níveis. A loja existente estava no nível da antiga casa, alguns degraus acima da rua, e ambientes como o estoque ocupavam os fundos, obstaculizando o acesso ao quintal. Após um difícil levantamento, verificamos que seria possível fazer dois andares aproveitando a altura acima do forro. Assim, o telhado foi mantido, com pequenas modificações, e foi possível colocar no andar superior os usos de acesso restrito, além de um provador para atendimento personalizado. Também descemos o piso da loja existente para o nível da rua, aproximando-o calçada.

Loggia. A loja existente era bastante comprida e estreita. Como é comum nesses casos, o espaço aberto ao cliente ocupava a parte frontal, e as áreas de acesso restrito os fundos. Em lugar de ocupar o espaço desta forma, deixamos aberto o térreo todo. E em lugar de fazer o mezanino recuado da fachada, com um pé-direito maior na entrada, como é habitual, fizemos um recuo lateral longitudinal. Deixamos aberto esse espaço para entrada de luz e criamos um jardim na parte inferior da claraboia que, junto com a sequência de pilares do mezanino, remetem a um espaço externo onde o mezanino funciona como uma ‘loggia’, um espaço de encontro entre interior e exterior, um espaço de estar e de circulação entre a rua e o quintal.

Construção. Chapas e peças metálicas formam a maior parte da construção nova. Adaptar esses elementos standard à complexidade da cobertura existente e da geometria imprecisa do local, permitiu atingir a agilidade e baixo custo que um empreendimento comercial num imóvel de aluguel exige. O resto de materiais são em sua maioria elementos existentes, como os antigos tijolos maciços das fundações da casa original, ou a estrutura remendada ao longo do tempo –e por nós– do telhado.

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